Friday, October 30, 2009

Eu gosto de acreditar que cada momento da minha vida é definido por uma música dos Beatles. Como se a minha trilha sonora da vida os tocasse, sem parar. Ao nascer, meus olhos se abriram com os olhos de "Prudence", reparando o céu, os pássaros, as nuvens e sutilmente, começando a viver. "See the sunny sky!". E como uma criança, inocente e vistosa, o coração batia rápido e os olhos não queriam mais fechar, para não perder todas as luzes, letras e informações que apareciam. Ao primeiro pronunciar palavras, me lembro de "Hello, Goodbye", quando um simples "tchau" era uma conquista para uma coisinha tão pequena como eu. E as palavras, uma das coisas que mais me chama atenção nesse mundo gigante, entrou em minha vida de uma forma muito vibrante e positiva, assim como na música."I don't know why you say goodbye, I say hello!". Quando as palavras já estavam bem mais decifradas para mim, a imaginação começou a rolar solta, tornando-me mais uma das crianças que inventavam histórias sobre grandes monstros peludos ou submarinos amarelos. E acreditar na vida aquática com um mar verde e animais coloridos poderia tirar o tédio de uma tarde na minha vida. Ao desenvolver minhas idéias malucas com outras ciranças, me lembro de "Come Together" como um bom exemplo de interação. Era basicamente estranho conviver com outros, até porque, tinha apenas como exemplo de vida, minha mãe(que me lembra simples e lindamente "All you need is love"). O ritmo groovy e a letra escura de "Come Together" me lembra os deslizes e também as divindades que eram a comunicação entre eu, pequena, e o mundo dos humanos. Depois de me encontrar com o mundo desses seres, a ajuda, em geral, era muitas vezes necessária, pois meus pézinhos já andavam por si mesmos e minha língua já denunciava mil e uma coisas. Por tantas vezes, gritava "Help", em um ritmo rápido e agitado, de quem realmente precisa de ajuda. E é claro que alguém sempre me ajudava a levantar, fisicamente ou psicologicamente. E com o passar do tempo, tantas coisas começaram a ficar mais fáceis, leves e bonitas para mim. O sol já saía, assim como em "Here comes the sun". As palavras eram fáceis de dizer, os joelhos não balançavam mais ao andar e na realidade, era divertido correr e pular, brincando com a vida e vendo o sol nascer. Me lembro de gostar de ir ao circo. Gostava de ver as peripécias dos equilibristas, as cambalhotas dos palhaços, as piruetas das bailarinas e as balas de bananas dos elefantes. E assim, quando fecho os olhos e me imagino pequena, em uma tenda colorida, "Being for the benefit of Mister Kite" começa a tocar aos meus ouvidos, como um pé de valsa para a mulher barbuda e o mestre das facas. E a noite, quando o circo terminava, chamávamos o "Taxman" para nos deixar em casa. Por mais divertida que fosse a minha bela infância, acabava por aí, e eu entrava então na tal adolescência. O começo era árduo, sem muitos motivos. E as brigas com os pais me lembravam a exagerada música "Tell me why", que dizia " tell me why-hy-hy-hy you cried and why you lied to me". Por entre mil e uma coisas, algo que fizesse os meu hormônios se acalmarem finalmente entrou em jogo. Algo que nunca mais deixaria minha vida. Algo que me define por completo. A agonia gostosa de estar no palco, em cena! E criar. E aí entram tantas musicas que gosto muito. "I am the Walrus" era o que me mais lembrava o palco. Sem sentido, a música tem um ritmo perfeito, que não se sabe explicar. E a letra, por mais que não faça sentido, fazia todo o sentido do mundo para a boca da atriz. Era mais que bonito ver a criatividade à flor da pele. O amor que sentia era sem sentido. E então, levemente, fui me jogando nesse mundo de fantasia, onde encontrava o eu ser você e o você ser eu. Além das cochias, eu também encontrava algo mais vermelho que também aflorava em mim. E assim como o amor do palco, eu senti a paixão... a pura paixão, o atrevimento e a sem vergonhice de um simples beijo. E assim, boquinhas estralavam e mãos queriam tocar outras mãos, lembrando-me exatamente de "I want to hold your hand". Nada era sério e era tão gostoso me juntar com as amigas para falar dos cabelos dos meninos que conviviam conosco. E como na música, gritávamos no refrão, quando eles davam a ênfase no "Haaaaaaaaaaaaaannnnnd!!!!". E então éramos como times, que lutavam para não cair na tentação do "quem fala primeiro". Sem compromisso, sem obrigação. Mas era difícil. Nessa época, nessa fugaz adolescência, eram também necessárias as diversões com os amigos. Saídas ao cinema, shows, danças, bares, cerveja, conversas. E quando percebia-se que nas horas difíceis, tinham algumas pessoas ali, eu via que esses eram meus amigos de verdade. Daí, saía a famosa "With a little help from my friends", a música que mais me descreve. O que a gente faz se não tem amigos? E "getting high" ou "being low", era com eles que eu andava. "I just need someone to love!". E é claro que dessas minhas muletas, saíam apenas coisas boas, como "Twist and Shout". Era gostoso dançar, cantar, pular, abraçar e sorrir ao lado deles. Por isso o ritmo rápido e animado dessa obra-prima dos Beatles. No ápice dessa maluquice toda, eu não pensava em mais nada além de me divertir. E foi nesse momento que algo me tocou fundo. Sem eu perceber, uma onda de um sentimento verdadeiro me atingiu de um jeito estranho, que pode ser definido pela música "Till there was you". Era bonito, colorido, um pouco embaçado. Mas era como a música, como uma dança que me levantava e me fazia levitar. Gosto de pensar na música "I saw her standing there", quando o encontrei pela primeira vez. E um jeito de pensar que é dele para mim. Apenas. E aí eu entendia o que era! AMOR. O amor que me levava pela mão e me girava, em um vestido branco que exalava o cheiro de jasmin. E até os dias de hoje, esse sentimento me leva a entender a vida um pouco melhor. Enquanto o amor inundava a minha casa, eu também desconfiava do destino, sendo um pouco traiçoeiro. Por fim, descobri que a minha impressão estava errada. Chegou o momento de ir embora. Eu tenho a alma de artista, como na música do Chico. Por isso, ficar no mesmo lugar não era aceitável. E lá fui eu para a Califórnia, com o meu ticket na mão e sem me importar, como em "Ticket to Ride". Mas quando Paul dizia "she don't care", ele estava errado. eu me importava com a flecha do cupido que me acertou. E então descobri que o veneno do amor foi tão forte que o amor me seguiu e decidiu viajar comigo. Como em uma história de Shakespeare. Então não tinha com o que me preocupar. Me sentia como Lucy in the sky with diamonds, alucinando com o meu futuro californiano. Então era adeus "yesterday" que à frente tem o mundo! Por aqui, na California, a saudade apertava, assim como em "From me to you", que fala sobre a falta e a ausência. Mas a ausência também tinha sua esperança, que me lembra "It won't be long". Até a saudade acalmar. Por 19 anos, as músicas dos Beatles me prendem a momentos e lugares que passaram. Tenho mais que certeza que assim continuará, com lembranças do futuro, que um dia serão passado em minha vida. E pelas estradas, eu continuarei ouvindo o som que me faz feliz.
Here comes the sun.
Here comes the sun.
And I say: it's all right.

Little darling, it's been a long cold lonely winter.
Little darling, it feels like years since it's been here.
Here comes the sun.
Here comes the sun.
And I say: it's all right.

Little darling, the smile's returning to the faces.
Little darling, it seems like years since it's been here.
Here comes the sun.
Here comes the sun.
And I say: it's all right.

Sun, sun, sun, here it comes!
Sun, sun, sun, here it comes!
Sun, sun, sun, here it comes!
Sun, sun, sun, here it comes!
Sun, sun, sun, here it comes!

Little darling, I feel that ice is slowly melting.
Little darling, it seems like years since it's been clear.
Here comes the sun.
Here comes the sun.
And I say: it's all right.
It's all right

Tuesday, October 27, 2009

Buddy, you're a boy, make a big noise,
Playing in the street, gonna be a big man some day.
You got mud on your face,
You big disgrace!
Kicking your can all over the place...

Rebelde sem causa.

Sunday, October 18, 2009

E se eu te dissesse que você nunca existiu? Se eu te dissesse que os cabelos que caem nos teus ombros são apenas uma ilusão de ótica causada pelo desejo de existir? Se eu te dissesse que o amor que você sentiu não foi mais sólido que o ar, que o nada? E que quando você perdia o sono, não tinha como perdê-lo? Nada existe. A imaginação é uma arma que atira pólvora preta e rompe o cérebro, atrofiando o conhecimento. Essas paredes tortas, essas plantas do lado da cadeira, teu coração palpitando fortemente e tua audição apurada ao ouvir tudo isso que lhe digo não existem. Ao menos você entenderia que isso que lhe digo não passa de uma farça, não passa por um vazio. E eu queria saber agora o que você pensa sobre esses absurdos... mas nada faz sentido, pois nada ao menos existe. Nem a tua opinião, nem o meu medo dela. Nós vivemos sem vida. Vivemos sem o concreto, sem a alma, sem os sentimentos. A tua raiva, teu calor, tua respiração... eles... não existem.

Thursday, October 15, 2009

My Favorite Things.



Raindrops on roses and whiskers on kittens
Bright copper kettles and warm woolen mittens
Brown paper packages tied up with strings
These are a few of my favorite things

Cream colored ponies and crisp apple streudels
Doorbells and sleigh bells and schnitzel with noodles
Wild geese that fly with the moon on their wings
These are a few of my favorite things

Girls in white dresses with blue satin sashes
Snowflakes that stay on my nose and eyelashes
Silver white winters that melt into springs
These are a few of my favorite things

When the dog bites
When the bee stings
When I'm feeling sad
I simply remember my favorite things
And then I don't feel so bad

Sunday, October 11, 2009

Dizem que o dia será bom se ouvires uma música que gostaria de ouvir acidentalmente.

Sorte.

Yes, I'm having a good time!

Thursday, October 8, 2009

Aimee Mann.



And the wonderful Magnolia.

Lichtenstein.

Monday, October 5, 2009

Friday, October 2, 2009

Os pêssegos confundem. Camurça, fibra e sugo.