Tuesday, September 8, 2009

-Olha pra mim, pela última vez. Pra dentro, mesmo. Como não nos olhamos há anos, desde que te deixei aqui dentro. Eu sei que você consegue juntar uma lembrança do que éramos, não consegue? Eu sei que você ainda guarda uma pontinha de nostalgia dentro de si, que mesmo que voce não consiga trazer ao olhar novamente, está dentro dessa caixinha...

-Não. Fecha os olhos. Lembra? Lembra dos dedos se alongando em uma manhã larga e amarela, os cabelos atrapalhando o que não pode atrapalhar hoje, pelo simples motivo de não terem mais encanto. Eu te encantei. Você me encantou. E o encanto acabou. Qual é o problema? A nostalgia ainda vive, não vive? Dentro do meu peito vive, deve viver no seu também.

-E se eu te disser que não vive? Que a nostalgia ainda é um pouco do real, do vivo, da carne, de verdade mesmo. Não é nostalgia... é simples e puro encanto por ti. O teu olhar só trás o passado, o que ficou.

-Eu não disse isso.

-Teu olhar ainda é encantador.

-Tua boca...


"O amor, bandido amor... enredador dos velhos lobos."

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