Thursday, May 14, 2009

Essa moça tá diferente.
Já não me conhece mais.
Está pra lá de pra frente.
Está me passando pra trás.

Essa moça tá decidida
A se supermodernizar.
Ela só samba escondida
Que é pra ninguém reparar.

Eu cultivo rosas e rimas
Achando que é muito bom.
Ela me olha de cima
E vai desiventar o som.

Faço-lhe um concerto de flauta
E não lhe desperto emoção.
Ela quer ver o astronauta
Descer na televisão.

Mas o tempo vai.
Mas o tempo vem.
Ela me desfaz.
Mas o que é que tem?
Que ela só me guarda despeito.
Que ela só me guarda desdém.

Mas o tempo vai.
Mas o tempo vem.
Ela me desfaz.
Mas o que é que tem?
Se do lado esquerdo do peito,
No fundo, ela ainda me quer bem.

Essa moça é a tal da janela
Que eu me cansei de cantar.
E agora está só na dela
Botando só pra quebrar

Mas o tempo vai.
Mas o tempo vem.
Ela me desfaz.
Mas o que é que tem?
Se do lado esquerdo do peito,
No fundo, ela ainda me quer bem.

Do meu país, pra mim.

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