-Não... acho que não.
-Nem em segredo?
-Porque você acha que segredo se chama segredo?
-Não muda de assunto... você já amou alguém em segredo?
-Não sei... talvez. Talvez um segredo que eu nunca soube...
-Ou talvez que sempre soube.
-É... mais complicado que isso.
-Quanto?
-Mais.
-Quanto mais?
-É quase impossível explicar.
-Então o amor é forte demais?
-É.
-E como pode algo ser tão forte e ser tão bem alojado no segredo?
-Não sei... acho que meu peito é feito de aço.
-Então quer dizer que você realmente amou alguém em segredo!
-...
-Você acha que eu já amei alguém em segredo?
-Ah, você não. Você não consegue fechar a boca nunca.
-É, essa é a nossa maior diferença. Teu peito de aço, meu peito de manteiga.
-Se derrete toda.
-Me derreto.
-...
-Eu amo alguém em segredo.
-...
-Mas se eu contar não seria mais segredo, né?
-Eu não pedi pra você me contar.
-Mas eu quero contar.
-Eu não quero saber.
-Porque não?
-Porque eu sei.
-...
-Posso te dar um beijo?
-Porque?
-Não sei, só pra ver como é o teu beijo.