Sunday, July 11, 2010
Uma janela rosa nos meus sonhos. Acordo estatelada na grama, olho ao meu redor, só vejo a casa, a porta, a janela rosa dos meus sonhos. Não sei porque, mas meu coração acelera, a chuva começa a cair e escuto estrondos de trovões ao longe. Procuro por algo nos bolsos do meu vestido molhado, mas não encontro nada. Saio correndo na direção oposta da casa de madeira, tentando achar algo além daquilo que vejo. Chego à beira de um abismo, onde tudo acaba em mar. "O mundo acabou", penso. Meu coração agora bate muito forte, tão forte quanto a chuva que cái sobre o chão que piso, descalça. Assim, volto correndo para a casa, arrombando a porta e entrando com força. Na sala de jantar, uma família está apreciando um jantar fabuloso, com copos de cristal cheios de vinho e um enorme peru no centro da mesa, recheado com diferentes encrementos. O pai olha para a minha direção, de relance, e volta o olhar para a filha mais nova, sentada do seu lado. Ela levanta da cadeira com seu conjunto de cetim azul brilhante e me oferece um pedaço de gelatina rosa escuro. Em um segundo, a família some e eu, sozinha, experimento o estranho pudim gosmento. Sem saber distinguir o gosto, ponho tudo para fora, com medo que seja algo nocivo. Bato palmas no ar e - tenho certeza que não quis bater palmas no ar! Como foi que minhas mãos tomaram pensamento próprio? Antes de terminar o pensamento, minhas pernas bambas começam a sambar estranhamente, sem sentido. Um pé, o outro pé, levando meu corpo pela sala, pelo quarto e novamente para fora de casa. Agora a chuva já passou, meus cabelos secaram, meu vestido também. O efeito da dança tinha sumido subtamente. Olho para o sol, o sol me olha nos olhos e eu caio no chão, aonde tudo começou.
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