Wednesday, September 24, 2008
A perda nos choca.
Os olhos automaticamente se enchem de lágrimas, o corpo permanece intacto e tudo a nossa volta começa a fazer parte de um lugar sem sentido.
A voz falha e de repente vem à mente, a imagem da pessoa querida.
Os momentos de alegria, de excitação, de sofrimento. Aquela pessoa que sempre esteve ali, desde o momento do seu nascimento até a hora da perda. Então vem o sentimento de raiva, quando pensamos no culpado. Começamos a apontar o dedo para o assassino, a doença ou mesmo à própria pessoa falecida. E quando percebemos que de nada adianta culpar, fechamos os olhos e pensamos na culpa. Mas não na culpa exterior, mas sim na interior. Viver e conviver, mas não perceber a pessoa ali. Não dar valor a cada segundo passado ao lado dela. Só de pensar nas vezes que viramos as costas porque aquela pessoa fez uma coisa errada ou mesmo para o seu bem. E daí então as lágrimas aparecem, mostrando arrependimento e pesar por tudo que foi deixado para trás. E agora? Tem volta? Onde está a saída para a morte?
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