Thursday, January 22, 2009

Calem-se.

Calem as bocas!
Silêncio.
Vocês não entendem que aqui dentro são existentes bens muito mais importantes que suas perguntas contundentes e rudes e incultas e grosseiras?
Não vêem os sentimentos borbulhando dentro de vocês, querendo explorar o mundo e sair de suas casas antiquadas e sórdidas?
Observem seus dedos das mãos, dos pés. Vermelhos, encarnados, vivos. E os poros fechados, por pura intenção. 
Calem as bocas! 
Escutem o mundo.
Escutem os barulhos de cada máquina, de cada ser, de cada matéria.
Os átomos falam, deixem-lhes falar! 
Calem a boca. 
Crianças imundas de oitenta anos que intitulam-se mestres, maestros, madames.
Calem as bocas, os lábios, as vozes.
Abram o mundo. 

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