Thursday, April 16, 2009

Eu fiquei te esperando apoiada na janela. As luzes lá fora iluminavam a areia da praia e a maresia me cobria o corpo inteiro. Meus olhos ansiosos passeavam entre direitas e esquerdas, esperando chegar a sombra esbelta e alta por qualquer lado. Decidi ascender um cigarro, mas a brisa não permitia. Meus cabelos esvoaçavam pela janela e o mar parecia estar mais carregado pelo barulho que as ondas faziam. Tudo parecia mais carregado. O mar, meu café, o peito. Prendi os cabelos em um coque e me sentei na janela com as pernas nuas, portando algo muito curto para ser chamado de shorts e uma regata branca.  Fumei o cigarro sem acendê-lo. Tragava a fumaça que nunca chegava e então apoiava a cabeça nas mãos, como desapontamento instantâneo, não pela ausência da fumaça, mas por outra ausência. Estendi os braços acima do joelho e olhei mais uma vez para o horizonte escuro da praia. As estrelas denunciavam algo por dentre as sombras de pedras e casas. Moviam-se braços, como em um aceno frágil. O mar agora balançava de um modo mais tranquilizante. E meu café tinha esfriado.

1 comment:

c. said...

que bonito =')