Monday, November 23, 2009

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KISS.

Há muito tempo não tenho tido a vontade de escrever sobre os shows que presenciei. Fazem mais de nove meses(nasceu o filho) que me sinto desmotivada para registrar o que senti durante as apresentações. Não que eu tenha assistido shows mal feitos, pelo contrário. Simplesmente não sentia mais vontade de escrever, a preguiça era mais forte. Ontem à noite, Paul Stanley, Gene Simmons, Peter Criss e Tommy Thayer arrancaram essa preguiça de mim e mandaram ela e muitos outros estados de espírito negativos para o espaço. Com uma fúria deliciosa, eles entraram ao palco com luzes, fogos, cruzes queimando e guitarras de vidro. O show pode-se ser comparado à um trem fantasma de cores. Desde o começo, o coração já começa a bater forte quando ao entrar no estádio, crentes de todas as igrejas vegetam em frente ao Oracle Arena em Oakland. Com mil placas, cartazes e camisetas, sua missão é convencer o maior número de fiéis ao Kiss possíveis a voltarem para suas casas. Com gritos e palavras "do Senhor", eles protestam contra as caras e bocas que Simmons faz no palco e declaram a sete mundos que a banda tem um pacto com o fantástico senhor Capeta. Minha vontade de presenciar esses demoníacos senhores de 60 anos aumentou em uma escala de dó-ré-mi. Ao entrar no estádio, crianças, adultos e senhores carregavam no rosto as famosas maquiagens dos quatro integrantes. A cara do gato do Peter, a estrela do Paul, o metálico prateado do Tommy e o morcego negro do Simmons. Maquiadores faziam os estilos de graça e eu decidi sentar em uma das cadeiras e como uma boa fã que desde pequena tinha o boneco do Paul Stanley no quarto, pedir a estrela no olho direito. Com lábios vermelhos e a revolta nos olhos, entrei pela arquibancada e vi um grande pano negro com o nome da banda escrito em prateado cobrindo todo o palco, como um presente na caixa de surpresa. Em breve, o palhaço saltaria me dando um susto e me fazendo rir. E foi assim que aconteceu, quando as luzes se apagaram e no telão, Gene Simmons apareceu com sua língua magistral balançando, dando o terceiro sinal. Ao som das guitarras, o pano foi arrancado revelando quatro homens vestidos com roupas assustadoras, mas cheios de glamour. Tommy, the spaceman, Peter, the kitty, Gene, the bat and Paul, the diva. Quando percebi, a única coisa que eu conseguia fazer era gritar e fazer o sinal do Rock n' Roll, inventado por Ozzy Osbourne na época que ele mordia morcegos. Era impossível não enlouquecer ao som e à imagem daqueles quatro que balançavam as guitarras de um jeito único. Estávamos todos corrompidos pelo som do verdadeiro Heavy Rock. E a minha nostalgia pulsava e piscava quando eu lembrava de meus treze anos enfeitados com coturnos, batons pretos e sobre-tudos. Era pura magia negra, mas eu adorava. E durante o show inteiro, pulei, cantei, dancei ao som de clássicos do Rock. Enquanto aos pobres crentes lá fora com suas mãos segurando os queixos, que Deus os perdôem por terem perdido um show como aquele.

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