Wednesday, November 19, 2008

Há tempos.

Parece cocaína mas é só tristeza, talvez tua cidade.
Muitos temores nascem do cansaço e da solidão.
Descompasso e o desperdício herdeiros são
Agora da virtude que perdemos.
Há tempos tive um sonho,
Não me lembro.
Não me lembro.
Tua tristeza é tão exata.
E hoje o dia é tão bonito.
Já estamos acostumados
A não termos mais nem isso.
Os sonhos vêm e os sonhos vão.
O resto é imperfeito.
Disseste que se tua voz tivesse força igual
À imensa dor que sentes,
Teu grito acordaria
Não só a tua casa,
Mas a vizinhança inteira.
E há tempos nem os santos têm ao certo
A medida da maldade.
E há tempos são os jovens que adoecem.
E há tempos o encanto está ausente.
E há ferrugem nos sorrisos.
E só o acaso estende os braços
A quem procura abrigo e proteção.
Meu amor, disciplina é liberdade.
Compaixão é fortaleza.
Ter bondade é ter coragem.
Lá em casa tem um poço mas a água é muito limpa.

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