Thursday, November 6, 2008

Um Mundo, Um Doce.

Minha maior utopia quando era criança, era viver em mundo onde todas as coisas fossem doces.
Queria lamber as paredes, as ruas, os carros e até as pessoas e sentir um gosto de caramelo, babaloo de morango e bolacha crocante de doce de leite. Eu imaginava as ruas e carros feitos de gelatina, onde ninguém se machucaria se fosse atropelado, só daria muita risada com toda a meleca que faria. Queria que os rios fossem cheios não de água, mas de refrigerante. Coca-Cola, Sprite, Wimi, Cini, Gengibirra, Fanta, Fanta Uva, Fanta Maçã, Guaraná. Eu me imaginava mergulhando numa lagoa de bolinhas de gás e sentindo o gostinho gostoso de doce na boca. E as nuvens? As nuvens eram minhas favoritas. Elas eram feitas de algodão doce. Aquele azul, bem clarinho que derrete na boca. E a cada vez que tivesse neblina, as pessoas ficariam felizes pois o algodão doce desceu pra dizer oi, sendo devorado rapidamente por todos, pois tinha o sabor mais puramente açucarado do mundo. Os rios em poluição seriam todos transformados em chocolate derretido e as pessoas poderiam passar as férias deitadas sobre o rio de chocolate, flutuando, que nem no Mar Morto. As paredes pintadas de rosa, seriam pirulitos de cereja. As de vermelho, de morango. As de verde, de menta. As árvores que continham flores de maracujá, teriam um gosto do mousse de maracujá da Tia Terê. E até os cocôs seriam, na verdade, bombons de morango e uva. As pessoas teriam um gosto da melhor qualidade que têm. Se a pessoa fosse carinhosa, teria um gosto de leite condensado. Se fossem grudentas, teriam gosto de doce de leite. Se fosse corajosa, teria um gosto de torta de limão. E se fosse chata pra burro, teria gosto de dadinho. 
Os cabelos ruivos teriam gostinho de framboesa. Os morenos, de amora. E os loiros, de banana. Todos poderiam comer um pouquinho do cabelo do outro, mas não muito, ou ficariam carecas. Os materiais escolares seriam feitos de doces comuns. Canetas seriam pirulitos, borrachas, marshmallows. As rodas dos carros seriam grandes pudins de leite e as presilhas de enfeitar cabelo seriam ou de quindim ou de cocada. 
E além de tudo isso, ninguém ficaria com diabetes ou gordo. Todos seriam bonitos e alegres, pois doce dá alegria e vontade de rir. Não haveria fome, tristeza ou richas. Todos teriam um pouco do mundo.

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