Wednesday, November 12, 2008

Salvemos nós dois, pois tudo vira bosta.

O ovo frito, o caviar e o cozido.
A buchada e o cabrito.
O cinzento e o colorido.
A ditadura e o oprimido.
O prometido e não cumprido.
E o programa do partido.
Tudo vira bosta.

O vinho branco, a cachaça, o chope escuro.
O herói e o dedo-duro.
O grafite lá no muro.
Seu cartão e seu seguro.
Quem cobrou ou pagou juro.
Meu passado e meu futuro.
Tudo vira bosta.

Um dia depois,
Não me vire as costas.
Salvemos nós dois.
Tudo vira bosta.

Filé 'minhão', 'champinhão', 'Don Perrinhão'.
Salsichão, arroz, feijão.
Mulçumano e cristão.
A Mercedes e o Fuscão.
A patroa do patrão.
Meu salário e meu tesão.
Tudo vira bosta.

O pão-de-ló, brevidade da vovó.
O fondue, o mocotó.
Pavaroti, Xororó.
Minha Eguinha Pocotó.
Ninguém vai escapar do pó.
Sua boca e seu loló.
Tudo vira bosta.

Um dia depois,
Não me vire as costas.
Salvemos nós dois.
Tudo vira bosta.

A rabada, o tutu, o frango assado.
O jiló e o quiabo.
Prostituta e deputado.
A virtude e o pecado.
Esse governo e o passado.
Vai você que eu 'tô cansado'.
Tudo vira bosta.

Um dia depois,
Não me vire as costas.
Salvemos nós dois.
Tudo vira bosta.

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