Wednesday, February 10, 2010
Cardíacos.
Ultimamente eu tenho andado distraído. Balanço minhas pernas para lá, para cá e não percebo o movimento que elas fazem. Não percebo mais nada em minha volta. Dirigir já é algo que ao fazer, apago, vôo para outro mundo onde meu corpo não vem comigo. É estranho pensar porque essas coisas acontecem comigo. Não sei dizer se é porque penso tanto na vida que não consigo ao menos comer um sanduíche e saboreá-lo, porque quando vejo, ele já se acabou, já está dentro de mim e eu não senti nem o gosto dele. Às vezes gosto dessa minha ausência mental, espiritual, ou seja lá o que ela for. Mas às vezes gostaria de viver grossamente, com mãos, cheiros, sabores, como um animal que sou. Queria poder sair desta confusão que é a minha mente. Queria voltar ao paradeiro do meu corpo. Minha mente, meu ser, meu corpo. Todos juntos, trabalhando no mesmo ritmo. O coração desenhado como um símbolo com dois parênteses virados um para o outro e o coração da anatomia, o que bombeia o sangue para as veias. Eles não são mais a mesma coisa. Eles são completamente distintos.
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