Eu te esperei do lado da lareira, assim como você me falou para esperar. Te aguardei por horas a fio, nua, deitada na laje fria. Esperava que você passase pelo rodapé da porta, me olhasse com ímpeto e ficasse parado, me olhando a noite inteira. Nos meus sonhos, você não me tocaria. Você só sentiria um caminhão passar por dentro do peito, descendo para a barriga e esquentando tuas partes baixas. Você então entenderia que por mais que você quisesse desesperadamente me tocar, eu não poderia ser tocada. Não por você. Nem por ninguém. Eu só deitaria na laje fria da lareira, nua, com os cabelos soltos, assim como uma escultura de Michelangelo. Se você me tocasse, seria uma transgressão à algo que faz a imaginação fértil. Algo que apenas supõe, mas não garante.
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