Sunday, March 1, 2009
Ela falava. Vomitava palavras de insegurança e desajeito sobre si mesma, de quem quer provar alguma substância de certeza sobre si mesma. Falava de suas experiências, amores, paixões. Lavava a alma fingindo ser tudo aquilo que é por si só, sem ajuda de ninguém. Mostrava ser mulher, com toda a inocência de uma criança na voz. Os olhos marejavam entre nervosismo e ansiedade para provar algo para alguém que detia tremores e batimentos cardíacos, sabendo que tudo que declarava era piegas e que na verdade, ela apenas seguia. Seguia o mar, assim como devia ser seguido. E o mar tinha seu próprio ritmo, suas próprias ondas. E a menina se desequilibrava nesses movimentos ao falar de suas lembranças que nunca existiram. Era dela, como Abigail. Acreditava nelas. E se sentia trôpega quando o mar lavava seu corpo com mais uma onda forte já destinada. Não entendia. Nunca entenderia, pois era assim. Era destinada simplesmente a ser assim, desnorteada. Querendo seguir o mar de gente ao seu redor.
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