Sunday, January 31, 2010

Pois há menos peixinhos a nadar no mar
Do que os beijinhos que eu darei na sua boca.
Mas devo dizer que não vou lhe dar o enorme prazer de me ver chorar.

What I have been listening to.

So, so you think you can tell
Heaven from Hell,
Blue skys from pain.
Can you tell a green field
From a cold steel rail?
A smile from a veil?
Do you think you can tell?

And did they get you to trade
Your heros for ghosts?
Hot ashes for trees?
Hot air for a cool breeze?
Cold comfort for change?
And did you exchange
A walk on part in the war
For a lead role in a cage?

How I wish, how I wish you were here.
We're just two lost souls
Swimming in a fish bowl,
Year after year,
Running over the same old ground.
What have we found?
The same old fears.
Wish you were here.

Pink Floyd.
Meu infinito particular.

Saturday, January 30, 2010

Jolene, Jolene, Jolene, Jolene.
I'm begging of you, please, don't take my man.
Jolene, Jolene, Jolene, Jolene.
Please don't take him just because you can.

Your beauty is beyond compare
With flaming locks of auburn hair.
With ivory skin and eyes of emerald green.
Your smile is like a breath of spring,
Your voice is soft like summer rain
And I cannot compete with you, Jolene.

He talks about you in his sleep.
There's nothing I can do to keep
From crying when he calls your name, Jolene.

And I can easily understand
How you could easily take my man
But you don't know what he means to me, Jolene.

Jolene, Jolene, Jolene, Jolene.
I'm begging of you, please, don't take my man.
Jolene, Jolene, Jolene, Jolene.
Please don't take him just because you can.

You could have your choice of men
But I could never love again.
He's the only one for me, Jolene.

I had to have this talk with you,
My happiness depends on you
And whatever you decide to do, Jolene.

Jolene, Jolene, Jolene, Jolene.
I'm begging of you, please, don't take my man.
Jolene, Jolene, Jolene, Jolene.
Please don't take him even though you can.
Que idade você teria se não soubesse quantos anos tem?
Esse conselho já virou de todo mundo, para mim:
Deixa rolar, Bruna. Deixa rolar.
Parece que tem noites onde eu não consigo dormir. Minha mente acordada revisa todos os meus medos, minhas tarefas, meus telefonemas que tenho que fazer no próximo dia. Então me reviro de um lado para o outro, pensando se deveria levantar e tomar um copo de leite, fazer xixi, tirar minha lente! Esqueci de tirar a lente, puta que o pariu. Então me levanto, tiro a lente, balanço a cabeça como desaprovação a mim mesma e meu esquecimento. Ainda de pé, balanço meu corpo entre a cama e a cozinha, pensando no sono e no leite. O leite ganha, claro. Vou até a geladeira e já são quatro da manhã. Amanhã tenho que acordar às dez, caramba. Ponho o leite no copo, bebo tudo de uma vez só, pra ver se o sono entra junto com o leite. Vou pro quarto e na hora que me enfio embaixo das cobertas, lembro: ai, merda. Esqueci de fazer xixi. Levanto de novo, 4:10. Vou no banheiro, tento ligar a luz, mas a lâmpada estorou. Ótimo. Mais uma tarefa para lembrar antes de dormir. Cambaleando dentro do banheiro, sento na privada, mas meu primo deixou a tampa aberta e dou aquela caída de 2 cm magistral, uma das sensações que mais odeio. Lembro da minha professora de teatro falando sobre marcação de contra-regras. "Vocês sabem quando a gente dá aquela caidinha na privada? Aquela caidinha de 2 cm, quando alguém deixa a tampa aberta? Sabem? Então. É isso que o ator sente quando não põe os contra-regras no lugar certo. 2 cm da cadeira mais pra direita, tira toda a concentração da cena e quebra o personagem". Meu Deus, faz quanto tempo que estou aqui sentada no escuro pensando na minha aula de teatro? Me limpo, dou a descarga, fecho a tampa da privada porque não sou mal-educada que nem meu primo. Volto para o quarto. A minha professora continua falando na minha cabeça, contando suas mil e uma histórias extraordinárias. Dou o check na minha lista de coisas que precisava fazer. Lentes, check. Leite, check. Xixi, check. Apago a luz. Começo a cambalear a cabeça para um lado, para o outro. Os olhos fecham, a mente aquieta. O sono vem, chega e me abraça. Me leva para o meu próprio mundo da fantasia, minha inconsciência, meus sonhos.
Eu sinceramente tenho medo da mudança. Eu a quero, mas tenho medo. Tenho medo de largar o conforto e entrar no escuro novamente. E certas mudanças podem ser piores que outras... tem vezes que você pode se deslocar da tua área de conforto para entrar em uma escuridão completa mesmo, sem nenhuma luz ao fim do túnel. Um relacionamento, por exemplo. Quando você acha que as coisas não estão tão boas e você muda radicalmente, de lugar, cidade, apartamento, país e não sabe exatamente se o amor te espera por lá... Daí o medo cresce mais ainda, fica tão grande que quase te engole. E daí você põe na balança a dúvida entre o amor e o conforto. Então você percebe que lá, talvez tenha o amor, talvez não. Mas percebe que no teu lugar de conforto, outros tipos de amor prevalecem também. Tem gente que gosta de arriscar. Tem gente que gosta de se quedar no conforto.

Eu, infelizmente, gosto de arriscar.

Ah, e também, se eu não arriscasse? Se eu ficasse no meu lugar, sem problema algum? Iria continuar no mesmo lugar até quando? Então me pergunto se me desloco para ir atrás do amor que talvez nem mais exista ou se me desloco porque sou aventureira. E acho que a segunda opção me convém muito. O amor é algo que pode nascer e acabar facilmente. Dizem até que o amor e o ódio são sentimentos muito próximos... então, se há de ser o fim, sê. Mas o que me sobra, além de escuridão completa? Talvez não exatamente o que eu acho ser a escuridão completa. Talvez me venham viagens, amigos, experiências, empregos, vivências, roomates, roupa suja, roupa limpa, mãe pra lá, mãe pra cá. Talvez me sobre o contentamento.

Eu, infelizmente gosto de arriscar.

E o que me faz mais pensar em tudo isso é que se houver ainda o amor, é só o tempo que vai decidir. Eu já fiz minhas pazes com o relógio... nada acontece se o tempo não passar. E a cada dia mais, o tempo me revela novas descobertas, novos destinos. Tem horas, que acho um tédio esperar o tempo passar. Mas tem outras horas, que não quero que o tempo passe, para poder aproveitar. E eu sei que no futuro eu saberei o que é pra acontecer. Eu estou começando a clarear meus pensamentos sobre algo que há muito tempo, andava confusa sobre. Eu fiz minhas pazes com o relógio. Tem coisa melhor?

Eu, infelizmente gosto de arriscar.

Então se o tempo me jogar na cara que eu devo então seguir o amor, que lindo! Aproveitarei cada segundo desse amor, até os momentos em que não o queira mais. E se for pra acabar, acabou. E fecharei tudo com reticências, porque nunca se sabe o que o futuro nos trará. Outra coisa que a mudança me ensinou é de nunca dar um ponto final às coisas, pois elas sempre voltam em algum momento da vida. Afinal, a vida é longa e cheia de acasos. E quando eu olhar para a cara do tempo e ele rir da minha cara, vou saber tirar uma carta da manga. Sabe porque?

Porque mais que felizmente, eu gosto de arriscar.

Minhas lindas.

Friday, January 29, 2010

Assuntos de Cinéfilo.


Romance and Cigarettes.

Meu Deus, o que é a Kate Winslet, meu senhor? Eu acho que vou pegar uma camiseta branca e escrever nela: "I'd go lesbian for Kate Winslet". Juro por Deus que essa mulher me deu calafrio no pescoço neste filme. Maravilhosa, quero ser que nem ela. Que puta atriz! Não preciso falar nada do filme, porque se tirasse a Kate, seria um dos piores filmes que já vi na vida. O filme é meio musical, mas muito desnecessário. Tudo é desncessário, menos a Winslet. Só tenho a falar bem dela, nunca vi um filme onde ela não mandasse bem. Linda! Maravilhosa! Amo demais!

Assuntos de Cinéfilo.


Fear and Loathing in Las Vegas.

Alucinante. Literalmente. Acho que essa é a melhor atuação do Depp que já vi. E é o melhor filme que já vi com ele também. Muito alucinante. Eu sou apaixonada por filmes que tratam como o assunto principal, drogas. Trainspotting, Requiem For a Dream, Spun, Clockwork Orange e Blow são uns dos filmes que estão entre meus favoritos e são todos sobre drogas. Agora, Fear and Loathing and Las Vegas entrou em terceiro lugar dos filmes sobre esse assunto. Só não passa de Clockwork Orange e Trainspotting, pois esses dois são meus favoritos mesmo. Primeiro e segundo lugar, consecutivamente. O filme é feito sob uma atmosfera muito agitada. Como diz o próprio nome, é medo e delírio em Las Vegas mesmo. Minha experiência em Las Vegas não foi muito boa, mas o filme mostra um lado que não experenciei da cidade, que deve ser muito mais interessante do que eu vivi. O filme se trata da geração do ácido, passado nos anos 60, época que Nixon era presidente e queria se rebelar contra essa geração de jovens chamados "hippies". No final do filme, Depp solta uma frase que nunca tinha pensado sobre antes. Então terminarei o meu post sobre esse maravilhoso filme com a frase. Assista e divirta-se no caos das drogas.

"We are all wired into a survival trip now. No more of the speed that fueled that 60's. That was the fatal flaw in Tim Leary's trip. He crashed around America selling "consciousness expansion" without ever giving a thought to the grim meat-hook realities that were lying in wait for all the people who took him seriously... All those pathetically eager acid freaks who thought they could buy Peace and Understanding for three bucks a hit. But their loss and failure is ours too. What Leary took down with him was the central illusion of a whole life-style that he helped create... a generation of permanent cripples, failed seekers, who never understood the essential old-mystic fallacy of the Acid Culture: the desperate assumption that somebody... or at least some force - is tending the light at the end of the tunnel."
Disseram que eu voltei americanizada
Com o burro do dinheiro,
Que estou muito rica.
Que não suporto mais o breque do pandeiro.
E fico arrepiada ouvindo uma cuíca.
E disseram que com as mãos
Estou preocupada.
E corre por aí
Que eu sei certo zum zum.
Que já não tenho molho, ritmo, nem nada
E dos balangandans já não existe mais nenhum.
Mas pra cima de mim, pra que tanto veneno?
Eu posso lá ficar americanizada.
Eu que nasci com o samba e vivo no sereno,
Topando a noite inteira a velha batucada.
Nas rodas de malandro minhas preferidas
Eu digo mesmo eu te amo, e nunca I love you.
Enquanto houver Brasil
Na hora da comida
Eu sou do camarão ensopadinho com chuchu!


Lembra de um ótimo momento que nunca vou me esquecer.

Eu vou viajar sozinha para Londres.

Maria Bethânia.


Everybody knows that our cities were built to be destroyed.
Everybody knows that our cities were built to be destroyed.

You get annoyed, you buy a flat.
You hide behind the mat.

But I know she was born to do everything wrong with all of that.
But I know she was born to do everything wrong with all of that.

Maria Bethânia, please send me a letter.
I wish to know things are getting better, better, better.
Bethânia, please send me a letter.
I wish to know things are getting better.

She has given her soul to the devil but the devil gave his soul to God.
She has given her soul to the devil but the devil gave his soul to God.

Before the flood, after the blood.
Before you can see.

She has given her soul to the devil and bought a flat by the sea.
She has given her soul to the devil and bought a flat by the sea.

Maria Bethânia, please send me a letter.
I wish to know things are getting better, better, better.
Bethânia, please send me a letter.
I wish to know things are getting better.

Everybody knows that it's so hard to dig and get to the root.
Everybody knows that it's so hard to dig and get to the root.

You eat the fruit, you go ahead.
You wake up on your bed.

But I love her face 'cause it has nothing to do with all I've said.
But I love her face 'cause it has nothing to do with all I've said.
Cansei de planejar.
Love has given me the lesson of not knowing what's going to happen.

Thursday, January 28, 2010

Rosas e livros são os melhores presentes!
Notas musicais dentre bolas de sabão que de nossas serenatas vieram.

Isn't she wonderful?

What I have been listening to.


Fear and loathing in Las Vegas with Jefferson Airplane.

What I have been listening to.



But when you hold me in your arms, I'll sing it once again.

Sobre minhas calcinhas furadas.

E-Tão bonitas as estrelas...
B-Tão bonitas que eu não consigo tirar os olhos delas.
E-E os formatos que elas fazem? Olha aquelas, que engraçado, parecem um coelho saindo da cartola.
B-Tem umas bem alí, fazendo uma forma de urso comendo gelatina.
E-E tem uma em forma de uma bola de fogo.
B-Será que elas sabem que a gente vai repará-las e fazem tudo isso de propósito?
E-Claro que não, que pensamento de gente que acabou de fumar um joint desse tamanho, Bruna!
B-Sei lá, ué... às vezes eu vejo os passarinhos voando e fazendo mil e uma coreografias. Todo mundo pára, olha e não acredita. Será que eles não tem esse sentimento de palco? Será que rodopiar daquele jeito não é a arte deles?
E-Se for, mandam muito bem.
B-Não só, mas são os especialistas da arte de avoar.
E-Hahaha... imagina, "a arte de avoar" na wikipedia. O pássaro Onofre Juliardo foi o pioneiro deste movimento artístico. Tudo começou em mil novecentos e lá vai bolinha...
B-E quando os pássaros migram, no inverno, eles ficam ensaiando suas coreografias, para quando chegar o verão, estarem prontos para seus novos espetáculos!
E-Hahahahahahaha... que viagem, guria! Hahahahahaha...
B-Eu queria saber a arte de avoar... queria poder fazer essas coreografias que os pássaros fazem. E viajar o mundo, migrando pra lá e pra cá e vendo mil coisas sem precisar pegar um avião.
E-Você fala como se os pássaros realmente apreciassem tudo isso... a arte, os lugares...
B-E quem disse que não apreciam?
Sabia tudo da Janis, do Led Zeppelin, dos Beatles e dos Rolling Stones.
Take another little piece of my heart now, baby.

Wednesday, January 27, 2010

Everybody knows that our cities were built to be destroyed.

Assuntos de Cinéfilo.


Madame Satã.

O quê? Um filme brasileiro passado no Rio de Janeiro nos anos 30? Morri. Queria muito ter visto Madame Satã antes. Que filme! Alguém faz o favor de mandar o Lázaro Ramos tomar no cu, porque essa atuação dele tá de querer levar pra casa. Que ator! Maravilhoso, cru e nu. Eu sempre quis ver um filme brasileiro que saísse do tempo atual. A maioria que eu consigo pensar, se passa hoje em dia. Legal ver o Rio de Janeiro antigo, pois dá pra reparar como era a cidade antes de tudo se tornar uma completa bagunça. Naquela época, já era bagunçada, mas não tanto como hoje. Mas enfim, adorei a fotografia e a atuação do filme. A história segue bastante o mainstream filme brasileiro. O roteiro sempre triste e injusto que faz o espectador ter empatia pelo protagonista mas nenhum personagem do filme consegue sentí-la. Lázaro é demais, admiro muito sua coragem e aptidão de fazer cenas como aquelas. Isso sim é artista, vai além do escroto e do escatológico, para criar sua arte. Pois bato palmas em pé! Negro, o filme. Em todos os sentidos.

A memória.



Meu coração, não sei porque
Bate feliz, quando te vê.
E os meus olhos ficam sorrindo,
E pelas ruas vão te seguindo.
Mas mesmo assim, foges de mim.

Ah! Se tu soubesses
Como sou tão carinhoso
E muito e muito que te quero,
E como é sincero o meu amor,
Eu sei que tu não fugirias mais de mim.

Vem, vem, vem, vem.
Vem sentir o calor
Dos lábios meus
À procura dos teus.
Vem matar esta paixão
Que me devora o coração
E só assim então
Serei feliz, bem feliz.
Quero a luz dos olhos teus
na luz dos olhos meus
sem mais larárárá.

Act 4, Scene 3.

DESDEMONA
My mother had a maid call'd Barbara:
She was in love, and he she loved proved mad
And did forsake her: she had a song of 'willow;'
An old thing 'twas, but it express'd her fortune,
And she died singing it: that song to-night
Will not go from my mind; I have much to do,
But to go hang my head all at one side,
And sing it like poor Barbara. Prithee, dispatch.
EMILIA
Shall I go fetch your night-gown?
DESDEMONA
No, unpin me here.
This Lodovico is a proper man.
EMILIA
A very handsome man.
DESDEMONA
He speaks well.
EMILIA
I know a lady in Venice would have walked barefoot
to Palestine for a touch of his nether lip.
DESDEMONA
[Singing] The poor soul sat sighing by a sycamore tree,
Sing all a green willow:
Her hand on her bosom, her head on her knee,
Sing willow, willow, willow:
The fresh streams ran by her, and murmur'd her moans;
Sing willow, willow, willow;
Her salt tears fell from her, and soften'd the stones;
Lay by these:--

Singing

Sing willow, willow, willow;
Prithee, hie thee; he'll come anon:--

Singing

Sing all a green willow must be my garland.
Let nobody blame him; his scorn I approve,-
Nay, that's not next.--Hark! who is't that knocks?
EMILIA
It's the wind.
DESDEMONA
[Singing] I call'd my love false love; but what
said he then?
Sing willow, willow, willow:
If I court moe women, you'll couch with moe men!
So, get thee gone; good night Ate eyes do itch;
Doth that bode weeping?
EMILIA
'Tis neither here nor there.
DESDEMONA
I have heard it said so. O, these men, these men!
Dost thou in conscience think,--tell me, Emilia,--
That there be women do abuse their husbands
In such gross kind?
EMILIA
There be some such, no question.
DESDEMONA
Wouldst thou do such a deed for all the world?
EMILIA
Why, would not you?
DESDEMONA
No, by this heavenly light!
EMILIA
Nor I neither by this heavenly light;
I might do't as well i' the dark.
DESDEMONA
Wouldst thou do such a deed for all the world?
EMILIA
The world's a huge thing: it is a great price.
For a small vice.
DESDEMONA
In troth, I think thou wouldst not.
EMILIA
In troth, I think I should; and undo't when I had
done. Marry, I would not do such a thing for a
joint-ring, nor for measures of lawn, nor for
gowns, petticoats, nor caps, nor any petty
exhibition; but for the whole world,--why, who would
not make her husband a cuckold to make him a
monarch? I should venture purgatory for't.
DESDEMONA
Beshrew me, if I would do such a wrong
For the whole world.
EMILIA
Why the wrong is but a wrong i' the world: and
having the world for your labour, tis a wrong in your
own world, and you might quickly make it right.
DESDEMONA
I do not think there is any such woman.
EMILIA
Yes, a dozen; and as many to the vantage as would
store the world they played for.
But I do think it is their husbands' faults
If wives do fall: say that they slack their duties,
And pour our treasures into foreign laps,
Or else break out in peevish jealousies,
Throwing restraint upon us; or say they strike us,
Or scant our former having in despite;
Why, we have galls, and though we have some grace,
Yet have we some revenge. Let husbands know
Their wives have sense like them: they see and smell
And have their palates both for sweet and sour,
As husbands have. What is it that they do
When they change us for others? Is it sport?
I think it is: and doth affection breed it?
I think it doth: is't frailty that thus errs?
It is so too: and have not we affections,
Desires for sport, and frailty, as men have?
Then let them use us well: else let them know,
The ills we do, their ills instruct us so.
DESDEMONA
Good night, good night: heaven me such uses send,
Not to pick bad from bad, but by bad mend!

Shakespeare, Othello.
Aprendam a amar a arte em vocês mesmos, e não vocês mesmos na arte.

Konstantin Stanislavski.
Nett, dich kennenzulernen!

Assuntos de Cinéfilo.


Amarelo Manga.

"O ser humano é estômago e sexo". Um dia, meu professor de teatro, Mauro Zanatta, soltou exatamente esta frase. Sempre achei interessante como o ser humano pode ser condenado à viver por comida e sexo. Desde o começo do teatro, 600 antes de cristo, na Grécia antiga, os homens já denunciavam em suas interpretações, essa idéia de que nós somos movidos pela parte da cintura e barriga. E assim mesmo, depois de muito tempo, na própria Commedia Dell'Arte, personagens como o Pantalone ou Pulcinella tinham como parte ativa em seus corpos, a parte do ventre, onde fica o estômago e o sexo. O filme "Amarelo Manga" trás exatamente essa idéia que eu sempre gostei muito no teatro para o cinema. Claro que não todos os seres humanos são influenciados pelos quadris, mas muitos desses são. No filme, não há um que não seja. Achei um dos melhores filmes brasileiros que já vi. Atuações maravilhosas, fotografia bonita e simples, história bem real e tudo acaba sendo vomitado em cima do espectador, sem a menor vergonha. É lindo. E acho que nunca vi Matheus Nachtergaele tão bem.
"Amarelo é a cor das mesas, dos bancos, dos cabos das peixeiras, da enxada e da estrovenga. Do carro de boi, das cangas, dos chapéus envelhecidos, da charque. Amarelo das doenças, das remelas dos olhos dos meninos, das feridas purulentas, dos escarros, das verminoses, das hepatites, das diarréias, dos dentes apodrecidos..."

Tempo amarelo - Renato Carneiro Campos.

Tuesday, January 26, 2010

What I have been listening to.


You know I wouldn't let you think so.

Querer.

Quero uma vitrola.
Quero ser pedida em casamento em Paris.
Quero voar de balão e zepelin.
Quero fazer mais esportes radicais.
Quero um dois amores.
Quero ter dois filhos, um menino e uma menina.
Quero ser respeitada como uma grande atriz.
Quero ser exemplo para outros.
Quero saber fazer pulseiras de macramé mais complicadas.
Quero conhecer o mundo todo.
Quero pular de pára-quedas.
Quero ir em shows do David Bowie, do Bob Dylan e do Paul McCartney.
Quero sonhar só com coisas boas.
Quero envelhecer ao lado da pessoa em que amei desde adolescente.
Quero trabalhar na Broadway.
Quero tomar uma cerveja em Copacabana com o Chico Buarque.
Quero escrever um livro.
Quero tocar violão melhor.
Quero ter uma iguana e um macaco.
Quero abraçar a Luna.
Quero comprar rosas vermelhas para a minha nova casa na Alemanha.
Quero ter um apartamento de frente para a Torre Eiffel.
Quero morar em Paris.
Quero falar italiano, francês, espanhol, alemão, inglês, mandarim e português fluentemente.
Quero fazer uma tatuagem de uma menina na corda-bamba.
Quero fazer aulas de canto.
Quero ser criança para sempre.
Quero fazer circo.
Quero fazer uma peça de Shakespeare em inglês.
Quero que só exista a primavera.
Quero um amor pra vida inteira.
Quero ter oitenta anos e ainda trepar.
Quero morrer no palco, ouvindo os aplausos do público nos meus últimos momentos.
Quero que minha filha se chame Amèlie e meu filho se chame Francisco.
Quero contar histórias extraordinárias aos meus netos.
Quero não parar de correr nunca, para ser saudável sempre.
Quero fazer um quadro de fotos 3x4 de pessoas que amo.
Quero ter minha casa para decorá-la do jeito que eu quiser.
Quero ter uma parede vermelha com bolinhas brancas.
Quero ganhar um oscar!
Quero ser a Alice no país das maravilhas.
Quero ter parto normal dentro d'água e de cócoras, que nem índio.
Quero ter um vinhedo no sul da França quando ficar mais velha e colocar lavanda na janela para os escorpiões não entrarem.
Quero dividir o que tenho com outros.
Quero encontrar campos de flores pela vida.
Quero ter um pouquinho de dinheiro.
Quero paz e amor.
Quero sofrer pra aprender.
Quero fazer uma faculdade bem conceituada.
Quero ter mais amigos que tenho hoje e cultivar os antigos que amo tanto.
Quero provar cogumelos.
Quero ir pra São Tomé das Letras, viver como hippie por três meses.
Quero ver meu namorado.
Quero beijar beijos de cinema.
Quero estar sempre motivada e apaixonada pela vida.
Quero sempre ter saudades.
Quero um par de asas pra poder voar.
Quero nutella com banana.
Quero um picnic em Madrid, com direito à queijos e vinhos.
Quero andar de bicicleta pelos campos de tulipa na Holanda com a minha mãe e o Dani.
Quero abrir um teatro internacional no Brasil.
Quero fazer uma cena de beijo com a Penélope Cruz e o Javier Bardem(hehehe).
Quero cantar que nem a Judy Garland.
Quero dublar alguma voz de desenho da Disney.
Quero dançar flamenco e tango.
Quero rock n' roll.
Quero posar nua para um quadro.
Quero fazer um filme.
Quero aprender a escrever bem.
Quero fazer músicas.
Quero uma kombi azul e branca, um fusca preto, um mustang verde escuro, uma bicicleta cruiser cinza e uma vespa vermelha.
Quero um chocolate quente em Lake Tahoe.
Quero a Haight Street só pra mim.
Quero não parar no mesmo lugar.
Quero voltar nos anos 60 para poder colocar flores nas armas dos policiais e cantar em um show dos Beatles.
Quero casar no Rio de Janeiro.
Quero ser uma pin-up.
Quero ter um flat com cozinha e sala embaixo e quarto em cima.
Quero ir pro Brasil ver meus amigos.
Quero acender um no show do Wailers.
Quero soprar bolhas de sabão na cara da minha filha, quando ela tiver 3 anos.
Quero sempre mandar cartas.
Quero ter uma biblioteca e uma videoteca gigantes em casa.
Quero sempre poder mudar.
Chemistry between fingertips.

What I have been listening to.


I'm high as a kite.

Gerânio.



Ela que descobriu o mundo
E sabe vê-lo do ângulo mais bonito.
Canta e melhora a vida, descobre sensações diferentes.
Sente e vive intensamente.

Aprende e continua aprendiz.
Ensina muito e reboca os maiores amigos.
Faz dança, cozinha, se balança na rede.
E adormece em frente à bela vista.

Despreocupa-se e pensa no essencial.
Dorme e acorda.

Conhece a Índia e o Japão e a dança haitiana.
Fala inglês e canta em inglês.
Escreve diários, pinta lâmpadas, troca pneus.
E lava os cabelos com shampoos diferentes.

Faz amor e anda de bicicleta dentro de casa
E corre quando quer.
Cozinha tudo, costura, já fez boneco de pano
E brinco para a orelha, bolsa de couro, namora e é amiga.

Tem computador e rede, rede para dois.
Gosta de eletrodomésticos, toca piano e violão.
Procura o amor e quer ser mãe, tem lençóis e tem irmãs.
Vai ao teatro, mas prefere cinema.

Sabe espantar o tédio,
Cortar cabelo e nadar no mar.
Tédio não passa nem por perto, é infinita, sensível, linda.
Estou com saudades e penso tanto em você.

Despreocupa-se e pensa no essencial.
Dorme e acorda.

Assuntos de Cinéfilo.


Being John Malkovich.

Uau! Que viagem! Quero ser John Malkovich também! Esse filme me fez até sonhar em entrar na cabeça de outra pessoa. Como seria legal poder fazer isso, ainda mais na cabeça de um artista. Eu sempre tive vontade de saber como é a sensação de ser um homem, por um dia. Saber que tipo de coisas eles pensam ou até como é ter um pedaço de carne entre as pernas. O John Cusack é ótimo na maioria de seus filmes, mas esse e High Fidelity foram os melhores que já vi até agora. Pena que às vezes ele dá umas vaciladas em filmes mainstreams demais, que saem da realidade(eu sou fã dos filmes mais reais). Mas recomendo muito Being John Malkovich, para quem quiser. É uma história que me faz lembrar de um labirinto. Um labirinto da mente.

Monday, January 25, 2010


The wisdom of a fool won't set you free.

Sobre minhas calcinhas furadas.

Pintava-se a atriz, antes de entrar em cena. Com as sapatilhas negras no pé, torcía-os quando passava o lápis vermelho em cada extremidade do olho. Puxava o cabelo para trás e dava um nó para prendê-lo, deixando todo o rosto à vista. O vestido vermelho trazia para dentro de si, uma personagem, que já estava dentro dela há anos, mas só descobriu há alguns meses. E alí, naquele camarim, a atriz se pintava, cantarolava e suspirava. Ao levantar-se, se olhou pela última vez no espelho. Os olhos vibrando de emoção, o coração pulsando na veia, as mãos tremilicando de nervosismo. Com ouvidos atentos, seu corpo jogou-se de dentro da cochia para o palco, como um pulo de pára-quedas. A sensação era magistral. As luzes esquentavam seu corpo, as palavras envolviam sua mente e a atriz respirava. No chão daquele palco, ela só respirava.

A Rita.


A Rita levou meu sorriso
No sorriso dela.
Meu assunto
Levou junto com ela
E o que me é de direito
Arrancou-me do peito
E tem mais.
Levou seu retrato, seu trapo, seu prato.
Que papel!
Uma imagem de São Francisco
E um bom disco de Noel.
A Rita matou nosso amor
De vingança.
Nem herança deixou.
Não levou um tostão
Porque não tinha não,
Mas causou perdas e danos.
Levou os meus planos,
Meu pobres enganos,
Os meus vinte anos,
O meu coração.
E além de tudo,
Me deixou mudo,
Um violão.

Rio, eu gosto de você.


Minha alma canta. Vejo o Rio de Janeiro. Estou morrendo de saudade. Rio, teu mar, praias sem fim. Rio, você foi feito pra mim. Cristo Redentor, Braços abertos sobre a Guanabara! Este samba é só porque Rio, eu gosto de você. A morena vai sambar, Seu corpo todo balançar. Rio de sol, de céu, de mar. Dentro de mais um minuto estaremos no Galeão. Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Rio de Janeiro. Cristo Redentor, Braços abertos sobre a Guanabara. Este samba é só porque Rio, eu gosto de você. A morena vai sambar, Seu corpo todo balançar. Aperte o cinto, vamos chegar. Água brilhando, olha a pista chegando E vamos nós, pousar.

Se eu fechar os olhos, consigo me imaginar chegando no Rio, sentindo o calor gostoso e o cheiro de couro(porque pra mim, o Rio tem cheiro de couro).
Que saudades do Rio de Janeiro!
Ela se bastava.
Haight Street.


Agora só me falta a lingerie pra ficar parecida!

Sunday, January 24, 2010

John Frusciante.


Porque de certa forma, ele é meu integrante favorito do Red Hot Chili Peppers. E além do mais, a carreira solo dele é linda.

Saturday, January 23, 2010


They said I look like Natalie Wood!

I feel pretty!
I will be around people that love me.
That will be my promise for this year.
No more red hair. Now I am a dark again.
Por que ela se perdia assim e assim se assumia e se cumpria em pedra, dona de si mesma, dispensando qualquer afeto, qualquer comunicação?

Eu realmente não sabia o quão bom esse clipe era.
Meu Deus. Tive um ataque de criança. Sabe quando você sente um cheiro que lembra um momento da tua vida? Ou vê alguém que te faz lembrar alguma época? Para meu mal, fui assistir alguns vídeos do Red Hot Chili Peppers. Eu era presidente de um dos fã-clubes deles quando tinha quatorze anos. Sabia todas as letras de cor e salteado. E até mesmo as paradas mais pessoais dos membros da banda, eu sabia. Tinha autógrafo, bandeira, todos os cds, mandava importar livros dos Estados Unidos e aprendia mais e mais inglês só para poder ler os livros que vinham de fora. Meu momento retornou assim que vi o clipe do Anthony Kiedis e do John Frusciante tocando Under The Bridge. Meus olhos arregalaram novamente, de surpresa que eu ainda conseguia sentir esse amor de tiete que sentia quando era pequena. Acho que realmente não amadureci. Isso me deixa muito feliz, por eu poder sentir a inocência de achar que um dia me casarei com o Anthony ou que seria melhor amiga do Flea. E por mais que eu saiba que essas coisas são quase impossíveis de acontecer, ainda tenho o sentimento Pepperiano dentro de mim. E por mim, tudo perfeito!

I seriously need to learn how to do stuff like that.
Genious. Hahahaha.

What I have been listening to.


Sometimes I feel like I don't have a partner.
Sometimes I feel like my only friend is the city I live in.


É, só tinha de ser com você.
Havia de ser pra você.
Se não era mais uma dor.
Se não, não seria o amor.

Friday, January 22, 2010

What I have been listening to.



So if you meet me, have some sympathy, have some courtesy and some taste.

Sooner or later.

Brilhantes coloridos. A maioria era de cor cobre, ou um alaranjado mais escuro. Como pedaços de garrafa de cerveja. Como vários pedaços deles, espalhados pelo banheiro iluminado pelo sol mais amarelo ainda. As cores, que agora já vivenciavam um tom azulado, se tornavam a girar em direção ao sol. Eu sorria vendo aqueles pedaços de vidro voando pelo ar. Era tão suportável quanto ouvir uma música clássica em uma vitrola de vinil. E então em minha mente, surge a nona sinfonia, do Beethoven. E me enxergo em câmera lenta, caindo para trás e vendo as migalhas se espalharem. Por um bom tempo, o silêncio do espanto tomou conta da sala, e com olhos grandes, procurei minha mãe, que estava toda cortada pela janela destruída. Achei-a facilmente, e aproximando-me a ela, perguntei:
-Maman, je ne peux pas comprender. Qu'avons-nous fait pour mériter ceci ?

Thursday, January 21, 2010

Querido Quino.

Character Reading.

Your vibrations analyze your character. You have an artistic temperament. You are intellectual and shrewd, and fond of music and travel. You are a great lover of nature and spend as much time as possible out of doors. You are careful of your possessions and know how to make the best of them. You have many close friendships.

Assuntos de Cinéfilo.


Lost.

Não, eu não queria, mas assisti e gostei de Lost. É claro que fui tentar ser underground e assisti com a vontade de provar à todos que eu não viciaria na série. Há. Provei do meu próprio veneno e gostei bastante do gosto. Não vou me estender muito, mas posso dizer que assisti a todas as temporadas já feitas até hoje em menos de 3 meses. Eu não gosto de nada que não tem fim imediato, porque acabo nessa miséria de querer saber o que acontece. Às vezes chego a sonhar com a parada. Por isso amo tanto cinema e detesto novelas e seriados. A minha vontade é de assistir algo que tenha começo, meio e fim. E Lost, nesse quesito, é uma tristeza, porque é tão intrigante que você acaba deixando de lado horas de sono só para ver algo que não vai te acrescentar em nada. Puta raiva eu tenho de ter começado a assistir, mas agora não paro mais, porque é bom. Parabenizo aqueles que criaram as idéias e desenvolveram o roteiro. Agora só quero ver o quão fodidos esses mesmos criadores estão para desvendar todos os segredos. Há! Ainda bem que eu não sou uma delas. Hahaha. Mas mandem a sexta temporada. E rápido, porque esse final da quinta foi o melhor de todos os finais. By the way, esse vídeo que coloquei é muito bom. Eu realmente sou uma loser viciada em Lost, como diz o Hurley.


Que é pra ver se você olha pra mim.
Te vejo em breve.

Arcade Fire.

Something filled up
My heart with nothing.
Someone
Told me not to cry.

But now that I’m older,
My heart's colder,
And I can
see that it’s a lie.

Children, wake up.
Hold your mistake up,
Before they turn
The summer into dust.

If the children don’t grow up,
Our bodies get bigger but our hearts get harder.
We’re just a million little Gods causing rain storms
Turning every good thing to rust.

I guess we’ll just have to adjust.

With my lightning bolts a glowing
I can see where I am going to be
When the reaper he reaches
And touches my hand.
En effet, une vue fantastique!
Señor, que florezca la rosa,

no me la dejéis en sombra

Sobre su carne marchita

florezca la rosa amarilla.

Y en el vientre de tus siervas,

la llama oscura de la tierra.

Señor, que florezca la rosa,

no me la dejéis en sombra.

El cielo tiene jardines

con rosales de alegría:

entre rosal y rosal,

la rosa de maravilla.

Rayo de aurora parece

y un arcángel la vigila,

las alas como tormentas,

los ojos como agonías.

Alrededor de sus hojas

arroyos de leche tibia

juegan y mojan la cara

de las estrellas tranquilas.

Señor, abre tu rosal

sobre mi carne marchita.

Señor, calma con tu mano

las ascuas de su mejilla.

Escucha a la penitente

de tu santa romería.

Abre tu rosa en mi carne

aunque tenga mil espinas.

Señor, que florezca la rosa,

no me la dejéis en sombra.

Sobre mi carne marchita,

la rosa de maravilla.


Ferderico García Lorca, Yerma.

O mundo me vê.


Sobre quando o mundo ainda era pequeno, com seus mínimos detalhes. Hoje vejo tudo como um turbilhão de informações. Não tenho mais um filme favorito. Nem um livro. Nem uma peça. Nem escritor. Já vi tantas coisas que tudo fica confuso. Em mim, já não existe a necessidade de formar opiniões sobre tudo. Tudo é tão grande. Tudo é maior que eu imaginava e ainda assim, quase não imagino. Se eu soubesse o quanto a minha mente é pequena, me afogava em um mar de clorofórmico. Mas felizmente, não tenho esse tal conhecimento e não tenho vontade de me aniquilar. Assim como a maioria da raça humana, minha ignorância pára no estado em que não posso mais imaginar. E minha mente então elabora idéias malignas quando penso que quanto mais eu vejo, menos eu sei. Este mundo é tão grande que eu me surpreendo. E apesar de saber que nunca saberei de tudo, continuo a querer saber mais e descobrir que sei menos. Não quero ter nada mais favorito. Não quero mais fazer escolhas, pois as escolhas me fazem. É o mundo que me vê. É o mundo que sabe sobre mim. Eu não sei sobre o mundo.
O primeiro gole do vinho é o mais amargo.

Wednesday, January 20, 2010

À primavera!

Árvores cheias de frutos,
Rosas enfeitando os túmulos,
Flores caídas,
Fotos enriquecidas.

Mães e crianças de mãos dadas,
Sorrisos nos parques,
Pés sem calçados pela estrada,
Flores caídas na madrugada.

Meninas com pernas de porcelana,
Bolhas de sabão,
Calçadas usadas como assentos,
Beijos demorados em um menino moreno.

Praças com paralelepípedos,
Sem medo de edifícios,
Pés sem calçados pela estrada,
Pensamentos vermelhos que me levam ao nada.



All across the nation,
Such a strange vibration.
People in motion.
People in motion.

Tuesday, January 19, 2010

A lua, tal qual a dona do bordel, pedia a cada estrela fria, um brilho de aluguel.

What I have been listening to.


Motherfuckers wanna get with me, lay with me, love with me.

What I have been listening to.


We're chained.
I am the walrus.

My advices.

Spread love, enjoy life, accept unfortunate events, book some flights, ask for forgiveness, entertain people, hug trees, improve your sexuality, exercise your body, read books, study to get smarter, measure your children's height, pray for luck, obtain respect, please your lover, preserve the world, relax at the beach, remember where you come from, reproduce, suck on a strawberry lollipop, squeeze your pets, be afraid of the dark, whine about the war, arrive on time, breathe deeply, challenge yourself, gaze at the stars, see the sunrise, imagine the world as John Lennon imagined it, kiss the bride, manage your money, plan even though it's unnecessary, plant some trees, write a story, seal some deals, vanish for two days when you're young, welcome friends to your home and love as there's no tomorrow.

A melhor banda do mundo.


Let it be.

Uma luz.


Ela estava parada embaixo de uma das marquizes. Não conseguia parar de sorrir, olhando as pessoas que passavam com as cabeças baixas. Os poucos que a olhavam, retribuíam o sorriso. Para ela, o mundo estava mais colorido e belo. Tudo era amarelo embaixo daquela marquize. Os ônibus que passavam, os guarda-chuvas que saracoteavam, as botas que trotavam pelo chão cinza com bitucas de cigarro e joints jogados na rua. A chuva caía bem devagar e as gotas pareciam pedaços de diamantes mais valiosos que próprios diamantes verdadeiros. Ela fumava um cigarro e sentia como a fumaça entrava e saía de suas cavidades pulmonares, relaxando o seu corpo. Nos ouvidos, fones caíam pendurados, tocando The Beatles. "When the night is cloudy, there is still a light that shines on me. Shine until tomorrow, let it be". Começou então a pensar que estava exatamente embaixo da marquize que testemunhou o início, meio e final do movimento hippie dos anos 60 à 70. Em quinze minutos, ela sentiu o sentimento verdadeiro do que era estar nesse movimento, como se ela tivesse regressado aos seus livros de história dos Estados Unidos. Haight Street, where everything begun. Então com o sorriso maior a cada tragada de cigarro, ela saiu debaixo da marquize e entrou aonde a chuva caía, abrindo os braços e a boca, com vigor e vontade, para sentir a água que caía do céu. Ela sentia que aquelas gotas tinham visto toda a cidade antes de cair nos seus poros. Assim mesmo, os Beatles continuavam cantando. "There's nowhere you could be that isn't where you're meant to be". Tudo fazia sentido. Ela fazia sentido. E a cidade amarela respirava junto com ela.

Assuntos de Cinéfilo.


Cherry Blossoms.

O amor e a morte. "Cherry Blossoms" não tem apenas uma linda fotografia, mas também destaca o que a morte de um ente querido nos causa. A liberdade da rotina é muito clara neste filme, mostrando o quanto o amor realmente move o mundo. A saudade e a falta também fazem parte dessa linda história, situada metade na Alemanha, metade no Japão. O filme trás um desejo de ter um amor eterno, que seja incondicional e que quebre barreiras da mente. Nada é o que achamos que é, ou o que a sociedade impõe. Vale a pena assistir esta arte alemã, eu recomendaria à qualquer um. Para pensar no amor e na morte. "It is never too late to fulfill a dream and to start living."
Reborned.

I gotta sing my own song.


I've got a right to be wrong.
My mistakes will make me strong.
I'm stepping out into the great unknown.
I'm feeling wings though I've never flown.
I've got a mind of my own.
I'm flesh and blood to the bone.
I'm not made of stone.
Got a right to be wrong,
So just leave me alone.

I've got a right to be wrong.
I've been held down too long.
I've got to break free
So I can finally breathe.
I've got a right to be wrong.
Got to sing my own song.
I might be singing out of key
But it sure feels good to me.
Got a right to be wrong,
So just leave me alone.

You're entitled to your opinion
But it's really my decision.
I can't turn back, I'm on a mission.
If you care don't you dare blur my vision.
Let me be all that I can be.
Don't smother me with negativity.
Whatever's out there waiting for me,
I'm going to faced it willingly.

I've got a right to be wrong.
My mistakes will make me strong.
I'm stepping out into the great unknown.
I'm feeling wings though I've never flown.
I've got a mind of my own.
Flesh and blood to the bone.
See, I'm not made of stone.
I've got a right to be wrong,
So just leave me alone.

I've got a right to be wrong.
I've been held down to long.
I've got to break free,
So I can finally breathe.
I've got a right to be wrong.
Got to sing my own song.
I might be singing out of key,
But it sure feels good to me.
I've got a right to be wrong,
So just leave me alone.

Monday, January 18, 2010

Eu adoro lista. Sabe, lista? Essas de tópicos, coisas pra fazer. Amo lista. Não consigo fazer nada sem uma lista. Uma mala: não sei como tem gente que consegue fazer mala sem lista. Eu coloco tudo que eu tenho que colocar dentro da mala. Aí com a lista na mão, eu primeiro tiro tudo do armário e coloco em cima da cama. Coloco um pontinho. Daí da cama é que vai pra mala, e daí eu coloco um vêzinho do lado do objeto. Eu não sou metódica. Eu sou prática. Com escova de dente: você não vai colocar a escova de dente dentro da mala porque a última coisa que você vai fazer antes de viajar é escovar os dentes. Então você não pode guardar a escova, mas você pode pôr um pontinho porque a escova de dente você já tem. Agora, você vai para um lugar que é frio. Você precisa de uma jaqueta. Eu não tenho a jaqueta. Eu não ponho o pontinho. Tem que arranjar a jaqueta. E aí eu só sossego depois que todos os items tiverem pontinhos. Aí eu posso colocar dentro da mala e colocar um vê do lado de todos os pontos. Quando eu aprendi a escrever, foi a melhor coisa, porque daí eu podia fazer lista das brincadeiras que eu ia fazer nas férias. Com o horário! Eu ficava lá: 10 horas, casinha. 11 horas, parquinho. Meio-dia, almoçar. Às duas, sessão da tarde. Era uma delícia. O melhor da lista era você fazer aquele "check". Tem vezes quando eu estou fazendo a lista do que que eu tenho que fazer no dia, que eu coloco alguma coisa que eu já fiz, só pra dar aquele checkzinho. Ah, gente, a maior invenção da humanidade: que mané roda! Caneta quatro-cores! Minha lista deu um upgrade. Pode fazer sublista da lista. Dentro da lista, outras listas! A lista da mala? Ah, gente, eu fazia assim: não eram mais cinco camisetas, três calça jeans. Era "sublista das camisetas": a camiseta que eu comprei na CeA, a camiseta que tem um elefante, aquela camiseta polo... em cada sublista, tinha uma cor. Eu tinha quatro cores pra usar! É o máximo! Gente, eu faço lista de tudo. Sabe, eu já fiz até lista das façanhas do Chuck Norris. Lista do orkut. Essa é até que meio recente, né? Lista de defeito é ótima pra esquecer ex-namorado. Se não consegue, põe todos os defeitos dele na lista. Hm, deixa eu ver. Falei das listas, falei da mala, dos pontos, dos vês... Ah, esqueci "acabar a apresentação". Check!

Flávia Scherner em palco.

Shut me up.


Some people think they're always right.
Others are quiet and uptight.
Others they seem so very nice.
Inside they might feel sad and wrong.

Twenty-nine different attributes,
Only seven that you like.
Twenty ways to see the world.
Twenty ways to start a fight.

I can't see the sunshine.
I'll be waiting for you, baby.
Cause I'm through.
Sit me down,
Shut me up.
I'll calm down
And I'll get along with you.

Oh, men don't notice what they got.
Oh, women think of that a lot.
A thousand ways to please your man.
Not even one requires a plan.

And countless odd religions, too.
It doesn't matter which you choose.
One stubborn way to turn your back.
This I've tried and now refuse.

I can't see the sunshine.
Oh, I'll be waiting for you, baby.
Cause I'm through.
Sit me down,
Shut me up.
I'll calm down
And I'll get along with you.

Reduced Shakespeare Company.




I love them so much.

"E de pousar as coxas entre minhas coxas quando ele se deita."

Assuntos de Cinéfilo.


Death at a funeral.

Os melhores filmes que eu vejo sempre são ingleses, irlandeses ou franceses. Essa comédia negra é muito boa. Que genial, que livre, que engraçado. Os ingleses não tem medo nenhum de jogar fatos constrangedores na cara. Eu adoro o jeito como eles tratam as ironias da vida. Nesse filme, aparece exatamente isso. Ironias, sarcasmo e humor muito negro. Eu adorei, ainda mais porque assisti entre amigos(fica bem mais divertido). É o tipo de filme para chorar de rir. Recomendo por não ser burro e clichê. Assistam.

Sunday, January 17, 2010

Eu tenho cinco dedos na minha mão esquerda. Cinco dedos na minha mão direita. Minhas pernas são bem retas. Meu nariz é pequenininho e meu dedo do pé parece um pedaço de cheetos, daqueles de bolinha. Eu tenho uma barriguinha saliente, que nem no filme do Pulp Fiction. Minhas unhas nunca estão corretas por causa do meu hábito de roê-las pela metade. Meu cabelo é estranho, nunca vi outro igual. Minhas pintas são várias. Minhas coxas são grandes e eu tenho pegadores na cintura. Meu olho direito é retardado. Minha sombrancelha direita também. Minha boca é bonita e meus dentes também. Minhas orelhas são bem limpas. Minha língua não tem rachadura no meio, mas meus dedos da mão tem impressões digitais bem definidas. Meus peitos são maiores quando eu emagreço. Minhas costas são tatuadas. Minha bunda é redonda que nem a da Maíra. Meus cílios são grandes e meus braços tem uns pelinhos que parecem quase inexistentes. Eu não tenho covinhas e eu uso óculos quando não uso lentes. Sou redonda e pequena. Eu sou a Bruna, tá?

Para relembrar os velhos tempos, um tango carnal.

Um dia ele chegou tão diferente do seu jeito de sempre chegar.
Olhou-a dum jeito muito mais quente do que sempre costumava olhar.
E não maldisse a vida tanto quanto era seu jeito de sempre falar.
E nem deixou-a só num canto, pra seu grande espanto convidou-a pra rodar.
Então ela se fez bonita com há muito tempo não queria ousar.
Com seu vestido decotado cheirando a guardado de tanto esperar.
Depois o dois deram-se os braços como há muito tempo não se usava dar.
E cheios de ternura e graça foram para a praça e começaram a se abraçar.
E ali dançaram tanta dança que a vizinhanca toda despertou.
E foi tanta felicidade que toda cidade se iluminou.
E foram tantos beijos loucos,
Tantos gritos roucos como não se ouvia mais
Que o mundo compreendeu
E o dia amanheceu
Em paz.

Old times were so much better!
As fotos dizem muito.