Friday, January 22, 2010

Brilhantes coloridos. A maioria era de cor cobre, ou um alaranjado mais escuro. Como pedaços de garrafa de cerveja. Como vários pedaços deles, espalhados pelo banheiro iluminado pelo sol mais amarelo ainda. As cores, que agora já vivenciavam um tom azulado, se tornavam a girar em direção ao sol. Eu sorria vendo aqueles pedaços de vidro voando pelo ar. Era tão suportável quanto ouvir uma música clássica em uma vitrola de vinil. E então em minha mente, surge a nona sinfonia, do Beethoven. E me enxergo em câmera lenta, caindo para trás e vendo as migalhas se espalharem. Por um bom tempo, o silêncio do espanto tomou conta da sala, e com olhos grandes, procurei minha mãe, que estava toda cortada pela janela destruída. Achei-a facilmente, e aproximando-me a ela, perguntei:
-Maman, je ne peux pas comprender. Qu'avons-nous fait pour mériter ceci ?

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