Quando eu morrer,
não quero choro,
nem vela.
Quero uma fita amarela
gravada com o nome dela.
Se existe alma,
Se há outra encarnação,
Eu queria que a mulata
sapateasse no meu caixão.
Não quero flores,
Nem coroa com espinho.
Só quero choro de flauta,
violão e cavaquinho.
Fico contente,
Consolado por saber
Que as morenas tão formosas
a terra um dia há de comer.
Não tenho herdeiros,
Não possuo um só vintém.
Eu vivi devendo a todos
mas não paguei ninguém.
Meus inimigos,
Que hoje falam mal de mim,
Vão dizer que nunca viram
uma pessoa tão boa assim.
Aracy.
Wednesday, December 3, 2008
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