Friday, February 6, 2009
Desaba.
Seus joelhos dobrados grudavam-se ao seu corpo sedento de auxílio e proteção. Temia o sol, a lua, a grama, as paredes. Tudo parecia gritar ao seu ouvido e Ana tremia, gemia, pedia para parar. O mundo era veloz. Ana sabia que era veloz. Seus olhos tentavam fixar-se em um ponto, buscando uma calma qualquer. Continuava veloz. Respirava, mas tudo tirava-a o ar, acendendo luzes, fechando portas, ligando eletrodomésticos. Os beijos, os pulos na piscina, as crianças(ah, as crianças!), os prédios e seus porteiros de uniforme. Ana desejava que tudo isso inexistisse. Queria que toda árvore fosse exterminada. Todo caixa de supermercado, toda a música e todos os filmes. Queria os taxistas mandados para o espaço, queria branco, não! Preto. Queria a ausência até mesmo das cores. Queria nem mesmo existir. Queria nada. Nada não, pois o nada existe. Queria não querer, pois em si, o querer estava muito vivo. Ana. Sem Ana. Sem. ...
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