Monday, February 2, 2009

A Flor do Sopro.


Voltava para casa com o suor envolvendo o corpo de uma maneira sutil.
Seus cabelos presos davam à notar que o verão chegara e seu rosto corado dava-a uma imagem sadia. Vinha pensando no futuro, nas suas próximas realizações, desejos. Precisava tirar o corpo do ar fincar as solas do pé no chão. Tinha certeza que tudo daria certo, pois o sol estava mais para a esquerda que para a direita. Quando o relógio batia antes do meio-dia, Luana achava que tudo se cumpriria melhor, pois a manhã é a mais pura de todos os períodos diários. Mas lhe faltava algo que puxasse ainda mais Luana para o chão, fazendo-a perceber que o mundo não gira em torno de seus sonhos fantásticos. De relançe, viu uma daquelas flores que adorava pegar quando era criança. Parou e olhou bem. Fazia tanto tempo que não via uma daquelas que um turbilhão de nostalgia tomou conta de sua mente, fazendo-a sentir até o cheiro do seu manto que usava para dormir naquela mesma época. Era uma flor especial, por isso que gostava tanto dela. Não era bonita, nem cheirosa, muito menos grande e vívida. Era a planta do sopro. Luana a olhou e lembrou do que sua mãe a tinha dito uma vez:
-Luana, essa planta é a planta dos desejos. Você tem que mentalizar o que você mais quer e fechar os olhos bem cerrados, pra não concentrar em outras coisas. Quando estiver pensando no seu desejo bem profundamente, sopra tudo e as pétalas voarão por aí, levando o seu desejo pelo mundo.
Era como uma fotografia antiga, em sépia, descolorida. Luana arrancou a flor pelo caule, deixando bastante espaço para a mão e fechou os olhos. 

1 comment:

Anonymous said...

Eu gosto muito dessas flores. Tanto quanto rosas.